17.11.15

os senhores que furam o mundo

os corpo furado de bala estão despovoado.
os corpo que despovoaram furando os outros corpo de bala já tavam furado de guerra.

os corpo que mandaram despovoar furando os outros corpo de bala
são os senhores que furam o mundo de guerra.

quando furam o mundo de guerra,
despovoam os corpos de alma

os senhores que furam o mundo de guerra
estão povoado de réis: pus que aniquila povo

6.11.15

minhocando

minhoca se disfarça de terra
se preenche de sagrado

milho e mandioca
amendoim e caju

um corpo de sangue ancestral
capaz de denunciar os desvios uva & trigo

andança

abre teu pé pro chão
tenta ver as conversa que tem guardada em cada trecho

cada passo é uma pronúncia 
pronta pra confluir

pisa firme
pede trégua
e acalento


3.11.15

caçadora

estou sendo a fera que observa estrelas,
a selvagem poesia pendurada na altura da noite,
o caminho que vinga mato, o mistério da gramática das vacas,

a caçadora aprendendo a travessia.

20.10.15

martelo

há almas eletrochoque
há almas afeto
há almas diversas, evidente
mas as almas eletrochoque ainda não sabem disso

19.10.15

terramoto



território instável
estou sísmica

por isso faço escritos,
descozinho as ideias

solto os bumerangues
no mato sem cachorro

olha pro chão, ouça bem



nas estrelas há um chão possível
mas a terra é a nossa mudernage

somos bicho buscando território pra passar essa noite,
somos esses bichos construindo almas em corpos de pólvora
somos a cria baleada pingando sangue

ouça bem, A TERRA É A NOSSA MUDERNAGE. 

1.10.15

foRte.



de todas as minhas fomes,
construo alimento.

essa mulher é minha
é minha essa sangue
essa útero tinha que ser minha.
de quem mais seria?

de todas as minhas forças,
compartilho alimento.

uma pão que eu não amasso
não é capaz de nutrir minhas buracos
minhas olhos, minhas bocas,

minhas patas evolucionárias

24.9.15

filha da terra


preta-branca-índia-véia         
mora nela.
dos cachimbo dela, as fumacinha corre solta.
na janela do mundo dela.

das fulô que mora nela: cheiro de chuva.
das bataia que trava nela
vejo os fruto.

avoa fundo, índia véia
solta tuas fumaça, dá força pro musgo
agraúda essa fortaleza
traz água pra nóis

15.9.15

uma espécie de ouro incatalogável

no amontoado do mundo, cheinho de cacos e sonos,
encontrar criança com olhos de lua nova,
coração de cheiro solar, 
dedos de terra cósmica, 
orelhas de Saturno e atmosfera de infinito,
é como enxergar um dente-de-leão crescendo na barriga do vento,
encaracolando a boca do céu.


4.9.15

enigma

dedicar seu tempo a ler as escrituras nos veios das árvores;
e observar ali sonolências profundas.
identificar despertares enigmáticos.
entender que os olhos das crianças estão sempre revolucionários.

31.8.15

afluente

quando vi, o tempo tinha escorrido 
ocupou todas as beiras, sem pressa me mostrando as suas unhas pintadas
suas cortinas velhas, a água, o vento - padrinho das sementes.
o tempo, afluente da caminhada.

26.8.15

grande serpente, avoe


junte seus dragões anacrônicos |
escamas, asas e garras na mesma figura

se Boitatá, defenda as matas
se Bernunça, renove o povo

| avoe e avise deus

Animal fabuloso que se representa com cauda de serpente, garras e asas.

2. Pequeno réptil sáurio inofensivo.

3. Antiga peça de artilharia.

4. Soldado de cavalaria que também combate a .

5. [Figurado]  Pessoa de mau .gênio.

6. Mulher muito alta.

7. Constelação boreal. (Com inicial maiúscula.)

8. [Veterinária]  Catarata.

9. [Heráldica]  Emblema ou insígnia em forma de dragão.

"dragões", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/drag%C3%B5es [consultado em 26-08-2015].


substantivo masculino
1. Animal fabuloso que se representa com cauda de serpente, garras e asas.

2. Pequeno réptil sáurio inofensivo.

3. Antiga peça de artilharia.

4. Soldado de cavalaria que também combate a .

5. [Figurado]  Pessoa de mau .gênio.

6. Mulher muito alta.

7. Constelação boreal. (Com inicial maiúscula.)

8. [Veterinária]  Catarata.

9. [Heráldica]  Emblema ou insígnia em forma de dragão.

"dragões", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/drag%C3%B5es [consultado em 26-08-2015].

substantivo masculino
1. Animal fabuloso que se representa com cauda de serpente, garras e asas.

2. Pequeno réptil sáurio inofensivo.

3. Antiga peça de artilharia.

4. Soldado de cavalaria que também combate a .

5. [Figurado]  Pessoa de mau .gênio.

6. Mulher muito alta.

7. Constelação boreal. (Com inicial maiúscula.)

8. [Veterinária]  Catarata.

9. [Heráldica]  Emblema ou insígnia em forma de dragão.

"dragões", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/drag%C3%B5es [consultado em 26-08-2015].
Animal fabuloso que se representa com cauda de serpente, garras e asas.

2. Pequeno réptil sáurio inofensivo.

3. Antiga peça de artilharia.

4. Soldado de cavalaria que também combate a .

5. [Figurado]  Pessoa de mau .gênio.

6. Mulher muito alta.

7. Constelação boreal. (Com inicial maiúscula.)

8. [Veterinária]  Catarata.

9. [Heráldica]  Emblema ou insígnia em forma de dragão.

"dragões", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/drag%C3%B5es [consultado em 26-08-2015].

8.8.15

seu eu tivesse um sonho os gigantolezes teriam me esmagado?

andava eu pelas ruas, descalça, notando o vento, querendo saber dos poemas do mar, do encontro com o som do deus-montanha. encontrei muitas fortunas-s-sentimentais, pauzinhos de amor-liberdade. encontrei na eira um vidrinho pequeni_ninho com uma história dentro. não era escrita, falada, encenada, tele—viosio—nada, nada disso. vinha com ele o inimaginado mundo.  
isso não tem na TELE__VISÃo.
então fui mais alto, olhei lá no fundo. 
do mundo do vidrinho tinham botões amalgamados. 
dos que são misteriosos e pretensos às aptidões de um CéuEstrelado. alguns quatro, outros dois furos. alguns Azuis, todo o resto cor-de-triste. [desde pequena Tenho dúvidas Azuis que me dão dores de cabeça Amarelas]. 

aqui, e fui; pelo caminho da Coralina. tão miudinha, tão corajosa. peguei para mim o vidro-SEDUtor sem entender bem o que tinha de história dentro - daqueles botões – do vidro.

inimaginado-mundo, tão óbvio quanto circular. desmovimentei ideias inimanoelas, inimanoeladas e entendi: apreendemos mais acordados. para quase todo lugar que eu, o vidro ia junto. quase quase adjunto do meu Ser. e os botões de costura lá, tentando me dizer algo. eu tivesse, como se eu tivesse. em um sonho os botões poderiam se tornar gigantolezes e teriam me esmagado. seu eu tivesse um sonho os gigantolezes teriam me esmagado? depende. quanto eles me afetaram? talvez.

demorei um nanotempo, floresci de novo. é também bom folhas secas caírem e voltarem ao ciclo. daí folhas verdes, verdeci. que então tal rasco tinha passado o tempo, falando de um tempo que nem tinha mais. espaço de tempo. é que tem mais: roubei  o vidro que tinha dentro o passado de alguém. ainda assim segui pisando nas barbas do mundo, querendo ver a deusa-gafanhoto e os furaCÕES. mas lá intra tinha ainda o passado de alguém, SEduTOR. sabia pouco se eu apegava aos botões. INDE_CISÃO. mas o que eu faria com aquele passado alheio todo? jogo na prisão ou amarro numa AsaDelta? tranco no porão ou Levo para a floresta?


e com o tempo [não o mesmo] você vê que poeira dançarina no sol é profundeza. e é de graça. o coração vira Corassauro e ARCO- ÍRIS. 
foi assim. entendi. 
era bom que eu mesminha soltasse aquele passVidRo. o passado que não era meu: devolvido. em conjunto, agradecimentos. quanta coisa, quanta! e eu ainda não descobri nada sobre o gigantolez.