22.7.18

tem hora que os sentimentos são cavalos selvagens
tem hora que são a pluma da lua
o intocável se guarda nos caminhos do eterno florescer.⠀

ser é tão primordial.

porto que me abriga o peito
seja meu portal
me tire o chão pra me mostrar
as texturas do nada

porto que me abriga
me traga as antenas do tempo
qual folhas de bananeiras que ardem na brasa

16.5.18

selva do mar

onde mora o amor?
se na selva
que alívio
que não haja tempo
nem limite

me preparo pra ver a selva do mar

tento antes outras arqueologias
que me salvem do sal
e da estrela na areia
fria bailarina

frente à fome, 

cardumes sem seus ossos 

28.4.18

águas

escrevo deitada em águas
pra conquistar teus olhos
quando me beijam em brasa
e furam minhas distintas nuvens.

escrevo pra hidratar teu peito e retinas.

em águas me deito
pra que me adentre,
em qualquer dia de sol
umidamente
e respire comigo
o ventre quando põe asas.




19.2.18

bendito

se miro a forma
refaço a ilusão
bendito amor
que já é tudo

mar

no dia em que me habitei
milênios depois do mar
morei no vento
na casa onde dançamos
pra diluir os ossos e montar novas asas

histórias

um minuto, desenho a sós
no peito um forno de barro
curando nossas vozes cardíacas
vou ali, pedir histórias de voar
me trazer inteiras faíscas
sol e fogo
frente à lua tardia