3.7.13

cosmoético

não carrego um batom na minha bolsa porque tenho consciência do óbvio.
a bolsa me carrega.

25.6.13

ilu-sonho

e a menina verde acordou de um ilu-sonho dizendo-se coisas pirlimpimpins ^
estou bem aqui, diante de meu passado. lendo-o em cada linha. docinho. escrevi sempre que pude, por que sempre queria dizer a mim mesma como estava naquele momento o meu agora. é como uma cascata de canjica com leite condensadinho e anis estrelado. para isso que serve então meu passado em registro escrito pra mim, conclui ela, para me dizer o que eu já estava me dizendo, só que fora da luz da consciência. agora vem a parte de lamber a colher. meu passado me diz "sim você está aí o tempo todo. cedeu a algumas pressões, mas te vejo no aqui e no agora, a cada respiração, a cada movimento. e a boca lambuzada.


10.6.13

bichos humanos

a fêmea humana, esse bicho do sexo feminino, já saiu do lugar
e agora convida o macho humano, esse bicho do sexo masculino, para sair do lugar também

ela diz:
pra que tanto medo milenar?
vamos para o espaço
nele podemos degustar as dimensões
nele seremos por indefinições

a árvore, o tempo e o vento

a árvore cai as folhas.
me diz de si. e sabe do vento.

3.6.13

réplica

vim pra tudo ------- caminho no sútil das significâncias
pego a coisa ------- como se ela também soubesse que é assim ------- dada ao vasto lume.

sei quando, sei como, sei por quê, sei pra quê, sei onde ------


sutilidades-------- mastigo samambaiais e corro no ar rosado


por que eu sou do tempo -----

trans II

o que eu escolho é a liberdade radical de ser quem se é, para assim poder com intensa verdade colocar meu espírito para real-li-za-ação. sei que algum ser sábi@, poeta, filósof@, ou tod@s ao mesmo tempo, ou qualquer coisa que @s valha já deve ter dito isto, mas nenhuma coisa me tira o sabor de ter chegado até aqui relendo-me e isso implica reler a tudo por que a tudo estou ligada.   


trans I

consideração a pessoas sábias que passaram, passam ou passarão e entrecruzarão meu caminho:
professor bom é que aquele que não se detém meramente ao ensino, mas que tem a habilidade de compartilhar.

20.5.13

[]

vim pra nada ------- caminho no inútil das significâncias
pego a coisa ------- como se ela também soubesse que é assim ------- dada ao vago lume.

sei quando, sei como, sei por quê, sei pra quê, sei onde ------

inutilidades -------- mastigo samambaiais e corro no ar rosado

por que eu sou do tempo -----





27.4.13

21.4.13

abelhuda

menininho moreno. aquela criança também mostra desconfiança, bem ali, nos olhos. seu pequeno ser carrega um mistério que minha imaginação queixa não saber. sei que os olhos se encontraram e sem verbos conversamos ali alguma língua. olhos preto-graúdos de lá, castanho-teóricos de cá.

mapa-mundo

inspiro-me ao lembrar das conversas que tinha com um de meus amigos, inveterado contestador de tudo, nos tempos que eu era o meu passado. a palavra que não saía de nossas mentes, membranas,corações e espíritos: liberdade. o passado destemido - me jogava de montanhas pra depois alcançar o pára-quedas, em queda livre. mergulhava no rio pra depois ver se tinha crocodilo.
agora olho para o mapa-mundo. ele atrai minhas membranas. dissimulado. sabe de meu espírito. quer que eu galope em suas cordilheiras. quer eu encoste o dedo indicador no gelo. quer que eu deixe um fio de cabelo cair em outras terras.


12.3.13

sem fundo, mundo, mundo!


eu sou um saco sem fundo
mal caibo dentro do mundo. olho pra ele da janela do meu jardim.
na verdade é tudo mentira. mas ainda sou um saco sem fundo.
olhando pro mundo de dentro e respirando o mundo de fora.
na mentira é tudo verdade. estou um saco pela metade,
embora completo de ar e brisa, ainda assim, de coisas sem fim