22.7.09

Pensamento perambulante

Um olhar perdido nunca na verdade está perdido. Ele encontra-se com um pensamento perambulante e sai dançando na cabeça das horas. É por isso que estalar os dedos no auge da bailarinação trôpega de imaginativas estórias assassina quatro-cinco devaneios que não chegam a tempo de pular para o lado de fora, quase que parecendo esquisitisse, meio que algo assim, tam-tam. Se vai assim-como, com um sorriso ladeante nos lábios, compondo a feição menos harmoniosa que o rosto consegue chegar.

15.7.09

Lembrança de hortelã...

Ontem o breve lembrar do gosto-cheiro de bala de menta me embriagou as noções. Parece que voltei na criança cheia de "porque isso?, quero aquilo!, vamos brincar de pique-esconde?, eu vi um sapo rosa-choque cum cabelo amarelo-miojo, olhando do poço pra mim!". Tudo junto com a minha mãe ao redor do fogão à lenha mexendo a polenta para poder alimentar os pensamentos daquela criança de bruços no soalho, pedindo para que a mãe meticulosamente cuspisse com o dedo letras no ar. Letras ainda não alfabéticas, tão tortas e, sem saber como, corretas no seu jeito de nascer e desembrutecer o mundo. Eram as primeiras letras da vida inteira da criança que com um breve gosto de bala de menta na boca pensa agora feita. E vai se fazendo sempre, feito frase com três pontos de nunca-fim...