2.5.14

maio.

o que há em nós que é, resiste. 
residir é transitório. morada se faz no tempo. 
a vida é tão relativa. tão súbita, sem sobrenome.
impermanência.

lá vem o mês de maio pisando minha horta com vento.
entre você e eu há tanto. há mais que o segredo mês passado. há séculos. 
há coisa, há magma, mandala, açúcar,  
 e tem talvez uma pena,
uma caneta, 
                  uma fotografia, 
pode ter um riso profundo. 

que esse mar transborde, se passe da minha janela
invada meus poros secos, traga cheiro e fagulhas.

 meses de maio não são para ser no plural se a cada instante o novo alcança o verde.
e eu aqui, achando a cor amendoada triste.

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