mulher parida, quanta manhã não adormecida, quantas noites
espiando as portas da lua
me diz da tua vida, da tua lida em torno do sol
das cinco camadas no arco-íris, do nascimento no campo, da
luz
da tua luta, da tua bata, da labuta
mulher parida e ardida de fogo
vejo forjar tuas pontas na água do olho
mulher da terra, parida, viu com o coração, pariu a
consciência
teu mistério flutua no ar com a flor do dente-de-leão
tuas crias nascem e são as força da tua coroa.
ori.