6.5.09

Coisa de segundos

Olhos túmulos e frescos diante da flor amarela. Pensamentos cítricos que a levavam desde cedo aos mares noturnos indicando sorrateiramente toda a existência contida naquelas coisas realmente vivas. Assim ela despia-se das ruazinhas enganosas do pensamento e seguia num rumo torto, tentando cheirar mais uma vez o limão desmaduro quase bem verde. Coisa de segundos, mas era "uma forma de dar um susto em seus sentidos molengos", viajava parada enquanto tilintava os dedos. Na boca super-salivada uma canção suave, melancolisada pelo momento. Sentia. E assim ia, na flor cor de ovo e na fruta verdolenga crítica, mais um acontecimento do dia.